A Feira de São Joaquim - espaço identitário
Regina luz
Minicurrículo:
Regina Bárbara Luz, graduada em Letras Vernáculas pela UFBA;pós-graduada em Análise do discurso pela UNIFACS, em Literatura pela Universidade Católica e em Produção Cultural pela UNIJORGE. Professora de Literatura , Redação e Gramática, trabalha também na produção de projetos culturais.
A feira de São Joaquim, antiga Água de meninos, é considerada um patrimônio histórico e artístico nacional como um bem cultural e material do país. A feira , mistura de cheiros, sabores e crenças próprios da Bahia, é um vasto espaço e conta com mais de quatro mil boxes de alimentos típicos ,temperos, artigos religiosos, tudo vindo de diversas partes do Recôncavo baiano. Ao caminhar por ela, sente-se em um perfeito labirinto, com corredores estreitos, sujos e tumultuados, percorrido por transeuntes diversos e pessoas com carrinhos de mão vendendo,comprando,enfim. Em meio a todo esse caos, é possível notar uma ordem: frutas,verduras,artesanatos,cada coisa ocupa uma área para facilitar a localização. Alguns produtos são organizados, aproveitando a cor para atrair pela visão. Daí perceber o caráter criativo da feira. São barracas de uva, pitanga, pimenta.O conjunto passa a ser um verdadeiro texto a ser analisado semioticamente já que constitui um reflexo do pensar e do viver baiano.Muitos frequentadores se alimentam lá, comendo carne de bode, sarapatel, tudo acompanhado de cerveja, música, jogos, diversão nesse espaço também consagrado ao lazer, paqueras e encontros amorosos. Diante desse conjunto de símbolos, surge imediatamente a necessidade de interpretá-los e afirmar que A FEIRA É UM ESPAÇO DE MEMÓRIA. Da baixa Idade Média para os nossos dias, das feiras medievais para as feiras livres, do latim “feria”,que significa “dia de festa”, esse espaço sempre simbolizou a troca .E nesse caso, a troca está também nas experiências,nos olhares,nas histórias. Podia ser um balaio de