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As Artes e Ofícios Tradicionais na Contemporaneidade – Práticas (in) Populares?
GAYOU LIMA REIS ESTEVES, Denise
Licenciada em Antropologia pela Universidade de Coimbra e Mestranda do curso de Sociologia: Cidades e
Culturas Urbanas
Universidade de Coimbra deniseesteves@gmail.com Resumo
Uma análise das culturas populares recomenda que nos desfaçamos da suposição de que os seus espaços próprios sejam comunidades isoladas de agentes modernos – indústrias culturais, turismo, relações económicas e políticas com o mercado nacional e transnacional de bens simbólicos – que as configuram. O artesanato, na forma como ele é pensado, produzido e consumido assume-se como ferramenta crucial para o estudo da (re)formulação da cultura, permitindo-nos problematizar como os sectores populares aderem e procuram a modernidade, misturando-a nas suas tradições.
Partindo da análise comparativa de dois contextos classificados “Património da Humanidade” –
Alto Douro Vinhateiro e Centro Histórico do Porto – este artigo procura desvendar o(s) modo(s) como o processo artesanal se transforma, reformulando modos de produção, consumo e representação simbólica, adequando-a a uma paisagem cultural em constante reestruturação. A (re)conceptualização das transformações globais do mercado simbólico deverá levar em conta os cruzamentos e a natureza híbrida destes processos.
Palavras-chave: Artes e Ofícios Tradicionais; Hibridação cultural; Identidades; Alto Douro Vinhateiro; Centro Histórico do Porto
NÚMERO DE SÉRIE: 443
VI CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA
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VI CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA
I.
NOTA DE ABERTURA
I
O texto que se segue, pretende fazer uma análise atenta sobre o património cultural imaterial abordando, com especial atenção, as artes e ofícios tradicionais, na forma como têm vindo a ser pensadas, produzidas e consumidas. Exploram-se alguns dos limites das categorias apresentadas para o entendimento das diversas