A família
A partir do século XV, o tráfico de escravos mobilizou todas as nações europeias que controlavam o fluxo internacional de escravos,recebendo por isso avultadas verbas de acordo com o numero de escravos que exportavam. O escravo perdia a liberdade, aceitando a sua nova condição nacional e eliminando as relações de parintescos nasquais tinha sido entegrado e que até esse momento haviam determinando a sua vida. O escravo era, pois, brutalmente afastado da sua nação, da sua ecologia, dos seus espíritos e, sobretudo, do seuparintesco. Esta nova condição era imposta todos os dias, sendo o escravo obrigado, sob pena de morte, a aprender as novas regras, as novas línguas e até novas religiões. Todo este processo que convertiaum homem livre á condição de homem-mercadoria e de homem-objecto decorreu com voltas constantes, que eram reprimidas brutalmente- o que demonstra o carácter exclusivo e racistas das praticas dostraficantes nengreiros.
Os homens africanos transformados em escravos com destino as Americas eram submetidos a uma serie de operações que procuravam não só transforma-los em mercadoria, como tambémdesliga-los da sua própria origem. Não bastava ser escravo: como qualquer outra mercadoria , o escravo devia apresentar características procuradas pelo comprador. Assim os corpos dos escravos eramportadores de informações: as tatuagens e as escarificações funcionavam como autênticos bilhetes de identidade, informando quando a sua origem, asim como á sua situação hierárquica. Segundo as ideiaseurocêntricas para os africanos poderem integrar o espaço branco e divino, deviam ser escravizados e sujeitos a rituais purificadores. A sua coabitação com a humanidade só era possível através do sofrimento.Foi nestas condições que se processou a escravatura. Os africanos capturados eram tranformados em escravos, e muitos daqueles que já eram escravos dos africanos eram vendidos para se tornarem