Fundamentos da Linguistica - Resumo (Lopes)
Alofones e Distribuição Complementar
A contiguidade do fonema com outros presentes no mesmo contexto pode afetar a realização oral do primeiro, ocasionando variantes posicionais, combinatórias ou contextuais
Um tipo de alofones pode aparecer em decorrência dos hábitos articulatórios dos falantes de uma mesma língua. Há brasileiros que realizam o /t/, digamos, com uma articulação linguodental, enquanto outros o realizam com uma articulação linguoalveolar; vibrante /r/, é realizada, às vezes, em final de palavra em muitos modos
(a) Fazendo vibrar o ápice da língua contra os alvéolos;
(b) Fazendo colidir o dorso da língua contra o véu palatino;
(c) Abaixando –se a epiglote ao mesmo tempo em que se faz o ar atritar contra a glote
(d) Com vibração da úvula
(e) Como retroflexa.
Em todas essas ocorrências, estamos, não obstante a sua diferença diante do mesmo fonema, reconhecível por guardar idênticos pontos no padrão fonológico da língua. Os fones diferentes que realizam esse /r/ são, pois, classificáveis como alofones ou variantes livres, quando dependam dos hábitos articulatórios dos falantes e não possam ser imputadas à norma dos grupos vocais
A variedade de ocorrência dos alofones surge quando se imprime, na enunciação do fonema, uma intencionalidade de valor estilístico. Através de diferentes modulações um falante pode exprimir, com o mesmo fonema, uma informação adicional seu sentimento, as suas emoções.
Todos os casos de alofonia se referem a unidades do plano de expressão situadas exatamente no mesmo contexto fônico possuidoras da mesma distribuição. Por isso Trubetzkoj enunciava, já em 1930 a seguinte regra; “se dois sons da mesma língua aparecem exatamente no mesmo entourage fônica e se eles podem se substituir mutuamente sem que se produza assim uma diferença na significação intelectual da palavra, então esses dois sons não são senão variantes facultativas de um fonema único”
Com relação aos fones diferentes que não se