A fama na infância - mocinha ou vilã?
Na pós modernidade há um retrocesso em relação à infância dos séculos XVI e XVII, porém, com uma grande diferença. Naquela época a criança era considerada um adulto em miniatura que vivia juntamente com os adultos devendo assumir as mesmas atividades que eles. As crianças não recebiam afeto de sua família que mal se importavam com a vida das mesmas. Se elas sobrevivessem à infância, muito bem; caso contrário logo seriam substituídas por outras que nasceriam. Hoje em dia as crianças também são adultos em miniaturas, produzidas pelos adultos, porém com uma grande diferença dos séculos XVI e XVII. Esse adulto em miniatura atual é cheio de regalias e muitas vezes deixa de viver sua infância para suprir as carências e caprichos dos adultos sendo estes tutores e construtores da história da infância. Em parte a história continua a mesma, a diferença entre as classes sociais ainda divide a sociedade. Enquanto algumas crianças atuam nos palcos das telas de TV, outras atuam nos palcos da vida. Se buscarmos registros históricos ou até antigas fotografias de famílias, iremos perceber que o hábito de vestir as crianças como adultos não vem de hoje esse vai e volta, a diferença é que antigamente esse vestir era porque os adultos viam as crianças como sua continuidade, hoje é por puro consumismo. É muito comum os pais e familiares desde cedo incentivarem a criança a se vestir e portar como mini adulto. É algo que nos enche os olhos, “é uma gracinha”, mas é aí que mora o perigo. A discussão que proponho é trazer um pouco da vida de crianças que perdem sua infância para a fama na nossa sociedade consumista na qual há uma busca desenfreada pelo ter, principalmente o status que é alcançado por muitos adultos através da exploração da imagem de seus filhos. Isso muitas vezes pode trazer frustração e graves conseqüências à essa celebridade mirim que experimenta a fama muito cedo e até sem ter consciência do que está acontecendo. O