o cangaço e a fé

4589 palavras 19 páginas
Lampião - rei do Cangaço
O mais temido dos cangaceiro que mandava e desmandava no sertão nordestino
Essa história já se ouviu contar, foi lida e relida, virou filme, virou arte, música, pintura, literatura e até cordel. Agora Bezerra Neto a reescreve e pinta. Coloca-a em nova moldura, nova roupagem, novas cores e novo brilho. É na sua arte que Lampião vira quadro de parede, posters; que Maria Bonita se torna mais bonita, ao lado do seu “capitão”, o “rei do cangaço.” Corisco - o Diabo Louro - e Dadá, formam o segundo casal de “reis” do Sertão.

O escritor e artista plástico foi buscar no recôndito do Sertão a inspiração para reescrever e pintar a história do cangaço, cujo principal protagonista - Lampião - virou mito e a sua fama de herói, ou de bandido é difícil de ser apagada da memória do povo. Continua um vulto que se eleva pela coragem de enfrentar o latifúndio dos “coronéis”, dos donos das cabeças. Borravam-se todos ante a ameaça de Lampião. Este cobrava por suas vidas e aqueles pagavam para continuar vivendo. Viravam coiteiros e de certa forma cúmplices das atrocidades que se vinham cometendo em nome do cangaço por esses sertões afora, numa área de 700 mil quilõmetros quadrados, compreendendo sete estados: Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba Rio Grande do Norte e Ceará. Lampião subverteu a ordem das coisas. Latifúndios, (leia-se: “coronéis”, grandes fazendeiros) que durante séculos mandavam e desmandavam nos sertões, viram-se, de repente, mercê da vontade daquele que realmente imprimia respeito e medo: Virgulino Ferreira da Silva, vulgo “Lampião”, cuja palavra era lei. Ele comandava uma pequena legião de 50 cangaceiros, enfrentando forças policiais cujos contingentes suplantavam a casa de 4.000 soldados em todos os territórios por onde passava.

Durante as décadas de 20 e 30 o Cangaço (etnologicamente, gênero de vida levada pelos cangaceiros), correu a ruidoso galope pelas brenhas e caatingas do Sertão nordestino. Causava

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