A Extração da pedra da Loucura - Hieronymus Bosch
“Meester snyt die Keye ras, myne name is lubbert das”, que significa Mestre, extrai-me a pedra, meu nome é Lubber Das.
A obra “A Extração da Pedra da Loucura”, de Hieronymus Bosch, tem como característica óleo sobre madeira, de 48x35cm, e se encontra no Museu do Prado, em Madrid, Espanha. Foi datada entre 1475 e 1480.
Hieronymus Bosch, que viveu entre 1450 e 1516, na Holanda, deixou poucos detalhes sobre sua vida. Acredita-se que nunca saiu da sua terra natal, 's-Hertogenbosch, que é um município dos Países Baixos e também a capital da província de Brabante do Norte, e teria se voltado a pintura por influência do pai ou de um tio, que também era pintor. Na época, já era reconhecido como um fantástico pintor e recebia encomendas de obras.
Voltando-se para a obra em questão, vemos quatro pessoas, um frade, uma freira, um médico, e Lubber Das (personagem satírico da literatura holandesa que representava a estupidez). A obra apresenta a cena de uma cirurgia ao ar livre, a retirada da pedra da loucura de Lubber Das. Bosch mostra a credulidade e a loucura humana, utilizando a crença que existia na idade média, que seria de que, para curar alguém da loucura, uma pedra deveria ser tirada da cabeça do doente.
Algumas características do quadro, como, o funil na cabeça do cirurgião, simboliza a estupidez; o livro encima da cabeça da freira, pode estar satirizando a superstição e a ignorância pregada pelo clero; e, o fato de que esteja sendo tirado da cabeça de Lubber Das ser uma flor e não uma pedra, o autor pode estar apontando para a loucura da época como sendo uma saída da “escuridão de conhecimento” imposta pela igreja, só os estúpidos (Lubber Das) iriam querer seguir as crenças do clero e extrair de suas cabeças as novas idéias e questionamentos obtidos. Como características renascentistas, podemos citar o fato de possuir um estilo próprio de criação, a idéia anti-clérica que a pintura traz e a sátira a costumes