A essencia da ciencia
No sentindo mais rico, mais essencial e esclarecedor não é possível distinguir logicamente “ciência” de “saber” ou de “conhecimento”, bem como todos estes termos e as realidades que designam do mesmo ato lógico próprio do homem, isto é, da sua mesma vida.
Assim, há ciência desde que haja o ser humano; concretizando, desde a mais frustrante noção do ato, a mais formal e formalizada teoria cientifica, etc., estamos diante desta forma genérica, universalmente necessária à espécie humana, verdadeiramente transcendental, portanto, de ciência. Não há homem sem ciência qualquer e todo homem em sua lógica é a mesma ciência entendida em sentido amplo.
O homem é um ser semântico. Vive de significados. Uma vida sem significados e sem significado não seria humano nem sobre ela poderia haver qualquer discurso. O homem é coincidência com o significado que o habita: despertar todas as manhãs, é imediatamente situar-se no significado, ou, então, em absoluto, não há despertar algum.
O homem só é homem quando sabe que é homem. Quando saboreia a sua diferença própria e auto criadora. E o que ele é, é o ser que significa, o ser que vive, num mundo que já não é o da pura materialidade, mas o do significado, do sabor humanamente diferenciado da realidade: o seu saber próprio, humano. Conhecer, saber, ter ciência, ser ciência é aprender o significado da realidade, seja a que nível for. É transformar a pura matéria dos dados brutos da natureza em elementos integrantes de algo de muito diferente daquela matéria, em algo de não material, apesar de ter base na matéria.
Nos tempos atuais, dificilmente haverá algo que passe por ciência sem que apresente medidas concretas.
O trabalho da ciência é literalmente constituir o mundo como sentido, verdadeiramente cria-lo especulativamente na forma do sentido, salvando, não um mundo que já esta aí, mas perdido, antes como que arracando-o ao estatuto de mera possibilidade de inteligibilidade, por meio de um ato de