A escravidão e o comércio escravo
Nas sociedades tribais africanas, como afirma Marina de Melo e Souza, poderíamos encontrar estrangeiros capturados vivendo como escravos havendo a possibilidade destes serem trocados por bens preciosos para a tribo. A escravização de mulheres era preferível, já que estas detinham as técnicas de agricultura e poderiam aumentar a família procriando. Nas sociedades que viviam como uma confederação de tribos era mais comum a presença de escravos.
Quanto ao status social dos escravos, eles poderiam formar grupos sociais isolados, entretanto o mais comum seria que o escravo se integrasse aos poucos a família local. Dependendo da função que os escravos exercessem, poderiam conquistar prestígio, riquezas e até possuir outros escravos. Esta situação podia ser mais freqüente nos Estados africanos islamizados, onde os escravos poderiam exercer as mais variadas funções, desde camponeses trabalhando na agricultura, até funções prestigiosas como conselheiros reais.
A escravidão estava mais presente nas capitais que no interior. O escravo mesmo podendo se integrar a família continuava sendo um produto valioso no comércio do Saara podendo ser exportados para regiões da península arábica ou até para o sul da África.
O povo português foi o primeiro a fazer contato comercial com o Oeste da África, utilizando-se da prerrogativa da cristianização de outros povos, com o objetivo de conquistar novas rotas de comércio para os produtos do Oriente, além da busca por metais preciosos. Foi sob a justificativa da evangelização que se legitimou a comercialização dos nativos africanos.