A escravidão no brasil e suas consequências
“O racismo começa quando a diferença, real ou imaginária, é usada para justificar uma agressão. Uma agressão que assenta na incapacidade para compreender o outro, para aceitar as diferenças e para se empenhar no diálogo.” (Mário Soares, Ex-presidente de Portugal)
Os africanos começaram a ser trazidos para a América em meados do século XVI. Escravizados, vieram para suprir a falta de mão de obra. Eles foram escolhidos por, supostamente, serem mais resistentes às doenças e por seus conhecimentos em trabalhos agrícolas e artesanais. Porém essa escolha se deu, principalmente, pela lucratividade que o tráfico do escravo africano proporcionava às metrópoles européias. Devido a essa lucratividade o tráfico negreiro aumentou bastante nesse período transformando-se na estrutura colonial, deixando de ser escravidão para ser escravismo, ou seja, um sistema. Esse sistema, conhecido como escravismo colonial, tornou-se mercantil uma vez que a produção era para suprir o mercado externo. Percebe-se, também, que o próprio escravo fazia parte diretamente desse mercantilismo, pois era considerada mercadoria a ser adquirido no comércio entre os senhores escravocratas – representantes da colônia e os traficantes – representantes da burguesia metropolitana.
Por ser considerada mercadoria o tratamento dispensado ao negro era na maioria das vezes cruel. Eles trabalhavam até dezoito horas por dia sem descanso, recebiam uma alimentação pobre e de má qualidade. Dormiam na senzala – galpões úmidos, escuros e sem condições mínimas de higiene, trancados ou acorrentados para não possibilitar fuga. Isso acontecia por conta de uma das principais características do sistema escravagista: o direito do senhor de impor castigos físicos aos seus escravos como mecanismo de coerção para garantir o trabalho contínuo e coibir as fugas. Os castigos eram aplicados utilizando instrumentos bárbaros de tortura como o “bacalhau” – chicote confeccionado de