A Escola Nina Rodrigues

6256 palavras 26 páginas
Introdução

O desenvolvimento da produção intelectual brasileira tem sido marcado por uma importação de teorias e correntes eurocêntricas, baseadas em um modelo universalista e positivista de ciência. Nesta perspectiva, Nina Rodrigues, na condição de médico legista e professor de medicina legal na Universidade da Bahia, aplicou o paradigma do evolucionismo cultural ao contexto social baiano no final do século XIX, sendo o primeiro estudioso brasileiro da virada do século XIX para o XX a colocar as relações raciais enquanto uma questão de suma importância para a compreensão da formação identidade do povo brasileiro.
Assim, neste trabalho buscamos compreender, a partir da obra “Os Africanos no Brasil” (1932), a participação de Nina Rodrigues na construção de um pensamento social brasileiro, enfatizando a relação entre ciência, raça e nação, além disso, propomos uma análise crítica da produção da obra deste autor, relacionando com o projeto de um paradigma científico que se pretende universal.

Nina Rodrigues e influências teóricas

Nina Rodrigues nasceu no Maranhão em 1862, e iniciou seus estudos em São Luís, dando continuidade a estes nas faculdades de medicina da Bahia, e posteriormente no Rio de Janeiro. Lecionou inicialmente por dezessete anos na Faculdade de medicina da Bahia, e mais tarde dedicou-se aos estudos da população negra no Brasil, em uma perspectiva antropológica. Podemos dizer que sua produção seguiu duas vertentes: 1) perícia médico-legal; 2) pesquisa antropológica das relações raciais. Atuando como médico e etnólogo Nina Rodrigues escreveu entre os anos de 1890-1905 o livro “Os Africanos no Brasil”, onde expõe seus estudos sobre as origens e características dos diversos grupos étnicos que compunham a população negra brasileira, dando início a uma interpretação racial no Brasil embasada nas teorias evolucionistas e eugenistas vigentes.
Este autor foi o primeiro estudioso brasileiro a situar o negro na problemática social brasileira,

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