A EPOPÉIA DE HOMERO COMO DOCUMENTO HISTÓRICO
A tradição oral, característica do período arcaico, era utilizada como forma de espargir conhecimentos. Por mais que a escrita estivesse se desenvolvendo, somente a oralidade era forma de manifestações públicas reproduzindo e disseminando antigos valores sociais e culturais de geração para geração às comunidades. A poesia não era uma arte improvisada, mas um discurso cantado e recitado pelos “aedos”, ”instrumentos”, capazes de reproduzir as epopéias puramente orais, o discurso das divindades, das inspiradoras Musas.
Os poemas épicos contribuíram para a formação da literatura grega a partir do momento em que a narração foi tomada pela forma escrita. Conforme a tradição, Homero é o autor das escritas pioneiras Ilíada e Odisséia, obras nas quais narram acontecimentos anteriores à sua época e que deixaram um legado a respeito da relação mito X realidade. O poeta compôs a Ilíada no século VIII a. C e, naquela ocasião, o único documento minucioso desse período. A escassez dos demais relatos faz das epopéias os principais traços da civilização grega, sobretudo, da lendária civilização troiana.
A civilização grega era composta por indo-europeus migrantes que, por características nômades, expostos a diversas culturas, eram distintos. Os aqueus são ascendentes dos futuros gregos - formam as tribos arianas vindas pelo mar Negro - e os troianos um povo que migrou para a Ásia Menor, do outro lado do Mar Egeu. Ambas as tribos desenvolveram-se social, cultural e politicamente e o início da navegação possibilitou o enriquecimento através do mar por meio de pirataria ou cobrança de impostos de transações.
Os cantos homéricos serviam como modelo de vida e sociedade transmitindo para os jovens a bravura heróica pela qual deveriam se orgulhar e seguir. Todavia mostravam a glorificação dos sacrifícios dos heróis, caráter piedoso, pelo bem da coletividade incentivando a preservação da tradição e dos valores da sociedade. A