A Educação Infantil no Século XX
No período que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, com o aumento do número de órfãos e ao deterioração ambiental, as funções de hospitalidade e de higiene exercidas pelas instituições que cuidavam da educação infantil se destacaram.
A sistematização de atividades para crianças pequenas com o uso de materiais especialmente confeccionados foi realizada por dois médicos interessados pela educação: Ovídio Decroly e Maria Montessori.
Decroly (1871 – 1932), médico belga, trabalhando com crianças excepcionais, elaborou, em 1901, uma metodologia de ensino que propunha atividades didáticas baseadas na ideia de totalidade do funcionamento psicológico e no interesse da criança, adequadas ao sincretismo que ele julgava ser próprio do pensamento infantil.
Decroly defendia um ensino voltado para o intelecto e é conhecido ainda por defender rigorosa observação dos alunos a fim de poder classifica-los e distribuí-los em turmas homogêneas.
Maria Montessori (1879 – 1952), foi encarregada da seção de crianças com deficiência mental em uma clínica psiquiátrica de Roma, produziu uma metodologia de ensino com base nos estudos dos médicos Itard e Sègun, que haviam proposto o uso de materiais apropriados como recursos educacionais.
Montessori propunha uma pedagogia científica da criança, ao mesmo tempo que, opondo-se a concepções que considerava materialistas, via com interesse uma educação que se ocupasse com o desenvolvimento da espiritualidade. Sua proposta desviava a atenção do comportamento de brincar para o material estruturador da atividade própria da criança: o brinquedo. Montessori criou instrumentos especialmente elaborados para a educação motora e para a educação dos sentidos e da inteligência, por exemplo, letras móveis, letras recortadas em cartões-lixa para aprendizado de leitura, contadores, como o ábaco, para aprendizado de operações com números.
Destacaram-se, na pedagogia e na psicologia, no período