A Educa O Brasileira Matriz Positivista
O positivismo filosófico se encontra, hoje, em uma ambivalência curiosa. Se por um lado existe uma forte rejeição ao positivismo como método, no campo acadêmico, por outro vivemos uma realidade prática inundada de conceitos herdados do positivismo. Diversas críticas são tecidas, de modo contumaz, ao pensamento positivista. O que temos observado é que muitos dos críticos terminam por manejar conceitos positivistas em suas práticas acadêmicas. Em parte, isso se deve ao fato de que a ciência do século XX – que tão duramente aponta limitações ao pensamento positivista – se encontra ainda submersa nos princípios da ciência do século XIX – predominantemente positivista. Podemos entender esta submersão por meio do conceito de paradigma científico de Thomas Kuhn. A ciência se fundamenta em paradigmas que são, vez ou outra, substituídos e readequados por revoluções científicas. De fato, ainda nos encontramos , apesar de muitos esforços apontarem para um novo paradigma, ligados ao momento positivista que revolucionou a ciência no século XIX. As mudanças de paradigmas precisam de tempo para que se plenifiquem, e é natural que um paradigma anterior surta efeitos nos conceitos situados em um momento de transição que acredito se tratar da era em que vivemos. Um outro problema na abordagem crítica do positivismo decorre de um consenso tácito no sentido de se superarem os modelos do século XIX. Assim muitos pesquisadores se opõem ao positivismo com paixão e auxiliados pelas descobertas da ciência no século XX confrontam, muitas vezes sem a propriedade