A dominação masculina
Ao lermos o texto de Mirian Goldenberg, podemos notar que estamos vivenciando, atualmente, um período em que homens e mulheres estão se esforçando ao máximo para alcançar padrões estéticos determinados por uma cultura corporal, ou melhor, uma “cultura do corpo” e a busca por um ideal de beleza nas sociedades em que vivem.
Sabe-se que em todos os povos, desde os primitivos, existiu e ainda existe um “padrão” de beleza a ser seguido pelos seus sujeitos. Nas tribos africanas, por exemplo, as mulheres pintam o corpo para ficarem atraentes para os seus homens.
Entretanto, como a própria autora relata bem, hoje em dia o numero de academias de musculação e de pessoas preocupadas com a boa forma física é algo assustador, na medida em que esses indivíduos não medem esforços para atingir os seus objetivos. Pessoas têm ficado doentes, tanto psicologicamente quanto biologicamente, e colocam a saúde em sérios riscos para atingir o padrão de corpo ideal ao qual são submetidas pela sociedade. O mais curioso dessa situação é que não há mais uma preocupação com a saúde orgânica - caso ela exista fica em segundo plano -; o que importa para esses seres escravizados, catequizados pela “religião do corpo” é o bem estar estético do corpo. Essa forma de “violência simbólica” nos faz perceber o surgimento de uma dominação e de uma individualização dos sujeitos, os quais, preocupados em demasia consigo mesmos, tentam a todo custo chegar a uma padronização, a uma normalização de um modelo de conformidade estética. Segundo a autora, de um lado encontramos as mulheres, insatisfeitas com as partes do corpo que lhe parecem avantajadas, enquanto do outro lado estão os homens, insatisfeitos coma as partes “pequenas” do corpo. Os homens se preocupam com a altura, com o porte físico e com o tamanho do pênis, características que indicam poder, força, virilidade e invencibilidades. As