A doida
Havia garotos que gostavam de passear pela casa da doida para provocá-la, as mães acham horroroso o que eles faziam e dizia que deveriam ter piedade dos doidos, mas os três sentiam vontade de lapidar a doida. Eles gostavam de desfrutar da vida até de forma exagerada, também achavam bom jogar pedras nas janelas do chalé para irritar a mulher considerada doida. Ela aparecia com aqueles cabelos brancos e despenteados, com a boca inflamada e sempre retribuía as pedras com xingamentos, pragas e com sua voz roca. Poucas pessoas poderia dizer como era o rosto da doida, pois ela não aparecia de frente e nem corpo inteiro, só mostrava o busto, suas mãos magras, talvez por medo das pedradas que sempre eram atiradas em sua direção. Na verdade as pessoas buscavam justificativas para sua doidice, os moradores tinham muitas histórias ao seu respeito, mas não sabia ao certo qual a verdadeira.
Sabiam sim de que a doida fora moça igual às outras e corria histórias que se noivou com um fazendeiro e casou-se, na sua noite de núpcias ele a rejeitou. Deus sabe a razão, na hora da raiva e no calor da discussão da noite a moça viera a rolar escada a baixo, quebrando assim vários ossos e arrebentando-se, a fúria tomou conta do homem. Depois do ocorrido nunca mais se viram. Já outros chegaram comentar que não foi o marido que a expulsou e sim o pai, mas as pessoas grandes nunca que contava a história direito e assim os meninos gostavam de deformar o conto. Assim que foi perdendo o juízo, ninguém animava de visita-la, parou de receber seus pães na caixa, diziam que os primos mandavam algumas roupas e pôr. Às vezes uma velha ariscava-se a entra, mas não