A disciplina do pensamento sistemico
INTRODUÇÃO O pensamento sistêmico objetiva enxergar o todo, detectar padrões e interrelacionamentos e aprender a reestruturar essas inter-relações de forma mais harmoniosa. Ele se desenvolveu como uma alternativa ao reducionismo, um modo de pensar muito difundido no Ocidente, mas, hoje, considerado simplório e prejudicial. Dentro desse amplo contexto cultural e institucional, o pensamento sistêmico começou, partindo de várias disciplinas e tradições intelectuais. De acordo com Capra (1996), o pensamento sistêmico tem raízes teóricas na biologia organísmica, na física quântica, na psicologia Gestalt e na ecologia. É uma disciplina, e não uma tecnologia, porque constitui um regime de ordem livremente consentida pela pessoa ou grupo interessado. Entretanto, é possível “empacotar” (codificar) os princípios da dinâmica de sistemas como tecnologia de modelagem matemática (Bridgeland, 1998). Os círculos de causalidade constituem a ferramenta principal do pensamento sistêmico. De acordo com esta visão, o mundo opera em circuitos de retroalimentação de reforço e balanceamento. O movimento desses ciclos em conjunto é considerado o comportamento geral do fenômeno ou evento sendo investigado. UMA BREVE HISTÓRIA DO PENSAMENTO SISTÊMICO A seguinte história, resumida principalmente de Umpleby e Dent (1999), focaliza, para os fins desta apostila, o desenvolvimento institucional do pensamento sistêmico: • Do Instituto de Pesquisa da Saúde Mental (MHRI) surgiu a Teoria Geral de Sistemas, um programa que começou nos anos de 1950 que procurava pensar de forma completamente abrangente sobre as interações entre seres humanos e ambiente. A liderança desse projeto incluiu James G. Miller, Anatol Rapoport, Kenneth Boulding, John Platt, Richard L. Meier e Walter Cannon. Embora Ludwig Von Bertalanffy,