a dimensao social da liberdade
“A possibilidade de escolha seria insuficiente, se não fosse orientada por valores fundamentais da pessoa humana, revelados e definidos através dos séculos. Um desses valores é a liberdade, sem dúvida nenhuma. Entretanto, é indispensável que haja coerência na concepção de liberdade. Com efeito, as doutrinas individualistas exaltam a liberdade individual, mas concebendo cada indivíduo isoladamente. Ora, se todos reconhecem que o homem é por natureza um ser social, é evidente que se deve conceber sua liberdade tendo em vista o homem social, o homem situado, que não existe isolado na sociedade. A Liberdade humana, portanto, é uma liberdade social, liberdade situada, que deve ser concebida tendo em conta o relacionamento de cada indivíduo com todos os demais, o que implica deveres e responsabilidade.
O problema, como se vê, não é de maior ou menor quantidade de liberdade, mas de qualidade de liberdade. A concepção individualista da sociedade, ignorando o homem como ser social, foi fundamentalmente egoísta, pois desligou oindivíduo de compromissos sociais e, por isso mesmo, deu margem à mais desenfreada exploração do homem pelo homem, porque compreende cada indivíduo isolado na sua liberdade, procurando obter o máximo proveito para si. Assim, é inaceitável a afirmação de que a liberdade de cada um termina onde começa a do outro, pois as liberdades dos indivíduos não podem ser isoladas e colocadas uma ao lado da outra, uma vez que as realidades estão entrelaçadas e necessariamente inseridas num meio social”. Prof. Dalmo de Abreu Dallari. Elementos de Teoria Geral do Estado. 30. Ed. São Paulo: Saraiva, 2011. Martin Heidegger no texto Serenidade, publicado em 1959 , discute o impacto da técnica moderna sobre nossas vidas. Através do pensar, exercício humano por excelência, visitamos o mundo e significamos nossas existências. Entretanto, vivemos época na qual, somos, muitas vezes, pobres-em-pensamento, ficamos,