A diferença especifica da virtude - aristóteles
De acordo com Aristóteles “nossas paixões, quando bem exercidas, têm sabedoria; orientam nossos pensamentos, nossos valores, nossa sobrevivência. Mas podem facilmente cair em erro, e o fazem com demasiada frequência”. Como observa o filósofo, o problema não está na emocionalidade, mas na “adequação” da emoção e sua manifestação (Marcelo Perini, Quatro lições sobre Ética de Aristóteles – pg.94). Para Aristóteles o que distingue a virtude moral da virtude intelectual está na mediedade, ou meio-termo. Ele usou como exemplo para explicar sua doutrina da mediedade as obras dos artistas, em particular dos escultores. Segundo ele, nada se pode tirar ou acrescentar das boas obras, o excesso ou a falta destroem a excelência de suas obras, porém o meio-termo as preserva. A mediedade seria a boa medida das emoções, uma maneira de controlá-la; seria o não silenciar nossas emoções, mas buscar sua proporção. A doutrina da mediedade, embora exemplificada por Aristóteles, antecede muito ao filosofo. Gauthier e Jolif comentam que as duas inscrições mais antigas da Grécia atribuídas ao sete sábios são: “conhece-te a ti mesmo” (gnothi sauton) e “nada em excesso” (meden agan). Essas duas frases se relacionam e juntas significam que o “nada em excesso” (mediedade) deve ser buscado pelo homem através do conhecer-se a si mesmo, conhecer sua própria condição. Conhecer a si mesmo seria conhecer o próprio limite, ter consciência da própria finitude. Aristóteles afirma que qualquer virtude é destruída pelos extremos. Segundo ele, as virtudes não podem ser sentidas de maneira muito forte ou de maneira muito fraca, pois causaria vicio, pois a função real da virtude não consiste no excesso ou na falta, mas sim na busca do equilíbrio entre o “sentir excessivo” e a apatia. A virtude seria o domínio da razão sobre as emoções, ou a maneira como a razão equilibra a maneira de sentir todos os tipos de emoções. O meio-termo seria o controle na