Resumo
As práticas sociais necessitam, ao que parece por esse caso, de justificativas vinculadas à finalidade da ação. Uma animadora de torcida deve realizar determinadas ações específica, próprias ao desempenho social, ela responde tanto a um propósito instrumental (animar a torcida), como a um propósito honorífico (honrar as animadoras de torcida, suas qualidades específicas).
Neste sentido, o tema da justiça, na perspectiva de Aristóteles, procura dar-se identificando o propósito. As duas concepções centrais da filosofia política de Aristóteles estão presentes no caso da {cadeirante]: 1.A justiça é teleológica. Para definir os direitos, é preciso saber qual é o telos (palavra grega que significa propósito, finalidade ou objetivo) da prática social em questão; 2. A justiça é honorífica. Compreender o télos de uma prática – ou discutir sobre ele – significa, pelo menos em parte, compreender ou discutir as virtudes que ela deve honrar e recompensar. (p.233)
As teorias da justiça modernas apelam para noções como indivíduo, autonomia, escolha/opção. Elas buscam princípios de justiça que sejam neutros. Para Aristóteles, a justiça não pode ser neutra, ela é parte da discussão sobre honra, virtude, natureza de uma vida boa. Justiça e vida boa, na compreensão de Aristóteles, estão vinculadas. Isso significa que para ele ser justo é agir de acordo com o mérito de quem vive na cidade, e