a descolonização e o terceiro mundo
No final da Segunda Guerra Mundial, a Europa encontrava-se economicamente, financeiramente e fisicamente destruída, sendo necessária a sua reconstrução e estabilização social, económica, financeira e política. É neste contexto que se assiste à divisão do mundo em dois blocos antagónicos capazes de oferecer apoio a uma Europa destruída – a União Soviética e os Estados Unidos, comunistas e capitalistas, respectivamente. Rapidamente os dois blocos levaram a cabo medidas no sentido de criarem uma autêntica rede de alianças de modo a alcançar a hegemonia do bloco. Assim, ofereceram planos de ajuda económica e financeira, bem como planos de apoio militar aos países que se tornassem apoiantes dos blocos
AS DUAS VAGAS DE DESCOLONIZAÇÃO
Além disso, o fim da guerra deixou à vista as fragilidades da Europa, surgindo uma primeira vaga de descolonizações. Até então vistos como invencíveis e inatingíveis, os países colonizadores mostravam-se incapazes de defender os seus interesses coloniais. Por outro lado, a luta contra a opressão das potências do Eixo – uma luta pela liberdade – estendeu-se pelo resto do mundo, não se restringindo à Europa. O fim da Segunda Guerra Mundial despertou os países colonizados - países sem autonomia económica, sobre-populados, pobres, cuja população sofre de fome e inúmeras outras doenças - que se aperceberam da contradição evidente nas posições europeias que, por um lado, defendiam a liberdade contra o autoritarismo e, por outro, negavam essa mesma liberdade a outros.
A vaga de descolonizações justifica-se ainda pelo contexto de Guerra Fria que naturalmente influenciou esta questão – ambas as potências envolvidas apoiavam a descolonização. No caso dos Estados Unidos, faziam-no por influência do seu passado histórico de luta pelos seus próprios interesses económicos e independência e, no caso da União Soviética, faziam-no tendo em conta a ideologia marxista que remete para a revolta dos oprimidos pelos interesses