A DEFICI NCIA E SUAS LIMITA ES
A deficiência impõe limites, ou seja, ela limita o indivíduo, mas não o torna incapaz de desenvolver suas capacidades. Uma criança não é mais ou menos capaz por ser cega. A cegueira não confere a ninguém qualidades menores. A deficiência visual não destrói a afetividade, a parte cognitiva nem a social. A criança cega é um ser que se desenvolve, que constrói e que aprende como as outras crianças com visão normal, é claro que seu crescimento dependerá, das oportunidades que lhes forem dadas da forma pela qual a sociedade a vê, da maneira como ela própria se vê e se aceita.
A sociedade não foi estruturada para conviver com as minorias.
Toda pessoa/grupo que foge ao padrão estabelecido pelas velhas estruturas sociais é rejeitado ou o que é mais grave, muitas vezes alijado do processo social.
O deficiente não escapa a esse tipo de comportamento. O estigma da cegueira torna-se pesado e impõe ao indivíduo que o carrega, sérias conseqüências: incapacidade, piedade, mesclam-se formando uma barreira compacta e difícil de se transpor. A discriminação, mesmo que inconsciente perpassa as ações humanas. O homem discrimina de forma disfarçada ou acintosamente. Na verdade, quando se impede alguém de exercer qualquer tipo de atividade, quando se impede alguém de exercer algum papel em qualquer grupo humano, pune-se alguém por uma culpa que não é sua. O preconceito é isso; o deficiente passa a assumir uma carga negativa que o outro lhe conferiu.
Tais atitudes acarretam para a pessoa portadora de necessidades especiais uma carga significativa de complexos, de frustrações e de medos. O posicionamento adverso da sociedade traz no bojo prejuízos incalculáveis. O crescimento afetivo de uma pessoa cega ou mesmo de visão reduzida torna-se mais lento e doloroso.
A nossa sociedade deve aprender a encarar o fato da existência de pessoas deficientes, deve dar oportunidade para que o deficiente se desenvolva cognitivamente e socialmente. A partir do momento em