A dama de ferro o filme
A Dama de Ferro, como o título sugere, conta a trajetória política de Margaret Thatcher, ex-primeira ministra da Grã-Bretanha e única mulher a assumir o cargo até então, traçando um registro sobre sua ascensão política em meio a um ambiente amplamente dominado por homens. Da infância humilde até os dias atuais, em que Thatcher se encontra reclusa em sua casa após indicação médica, o filme propõe biografar a ex-primeira ministra britânica do ponto de vista dela mesma, em primeira pessoa. O filme se passa no presente, com Thatcher relembrando o passado difícil da infância e da adolescência. Tudo passa pela cabeça dela: o trabalho duro, o preconceito (uma mulher em meio a conjuntos sociais bastante machistas), a falta de dinheiro, e também seus sonhos e aspirações.
Se o tecido político e social conservador que Thatcher compartilhou com o povo durante os 11 anos em que esteve no cargo serviram inclusive para amedrontá-la, o futuro, tão ali e tão agora vislumbrado, deixou cicatrizes profundas em sua persona, mas que se manteve convicta quanto as suas posições políticas, econômicas e ideológicas. O passado em alguma medida fez sentir na pele seu peso, com os erros e acertos que deixou pra trás, mas que ainda ecoam no presente. Envelhecer, chegando ao fim da vida já com alguma deficiência mental, em parte se deve a própria intensidade com que viveu.
O filme pretende mostrar que os conflitos com os sindicatos e o impacto disso refletido em altas taxas de desemprego nos setores produtivos (também ocasionadas pelas greves que tomaram conta das indústrias) e mesmo as brigas internas no Partido Conservador, assim como todo o meandro político em que esteve envolvida ao longo de sua carreira, a castigaram desmesuradamente. Em alguns momentos, a exemplo mesmo do desfecho do filme, vemos o rosto Thatcher refletido no vidro da janela da sala enquanto ela fixa o olhar na rua, que