A crise financeira e o novo papel do Estado

A crise financeira e o novo papel do Estado.

A nova ordem internacional e a globalização econômica entronizam, no atual momento, modelo de Estado Mínimo, priorizando ordem e segurança publica e, de forma apenas subsidiária, a educação e a saúde, segundo a ideologia neoliberal, a transferência do ônus das prestações do Estado para a sociedade civil.
O modelo neoliberal pretende, assim, em termos de legitimidade, romper com a natureza participativa do processo de decisões políticas, no qual um critério de racionalidade material afere a publicidade dos conteúdos substantivos destas decisões democráticas. (Gesta Leal, 1997:129)
O Estado democrático de direito, tendo superado os paradigmas clássicos de Estado de direito, é visto como obstáculo às exigências da globalização. A sociedade democrática atual discute a tutela e a posição do Estado, o estadismo clássico e social, a perspectiva de organização de indivíduos livres e o revigoramento do princípio da subsidiariedade.
No mundo globalizado, sob a influência de ideologia neoliberal, a sociedade civil apresenta-se hoje, genericamente como o não Estado, o lugar ou as relações nas quais o Estado não deve intervir. Assim, a sociedade civil pode ser definida como esfera histórica constituída de direitos individuais, liberdade e associações voluntárias, cuja autonomia e competição mútua na prossecução de seus interesses privados devem ser garantidos pelo Estado, o qual deve-se de imiscuir-se em determinadas atividades econômicas.
Diante desta estrutura econômica neoliberal, o enfraquecimento das ideologias econômicas se deve em virtude das quebras e os problemas enfrentados pelos bancos até então considerados importantes e sólidos geraram o que se chama de "crise de confiança". A crise iniciada há pouco mais de um ano, no setor de empréstimos hipotecários dos Estados Unidos. A falência de grandes instituições financeiras norte-americanas deixou claro que a devastação não iria ficar restrita ao setor imobiliário.