Crise financeira- teoria keyniana
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Você está em:Crise financeira internacional: repercussões e reflexões
Introdução
Este breve artigo, por um lado, avalia os desdobramentos econômicos da crise financeira internacional. Por outro, ele apresenta as seguintes reflexões: (i) questiona os resultados da globalização financeira e (ii) especula sobre o papel do Estado no contexto pós-crise e a possibilidade de se reestruturar o sistema monetário internacional (SMI). Para tanto, são apresentadas, inicialmente, as origens e uma interpretação teórica da referida Crise. Em seguida, mostram-se as repercussões econômicas dela. Por fim, as atenções voltam-se para o questionamento dos benefícios da globalização financeira e para a apresentação de uma Agenda Keynesiana tanto para possibilitar que o Estado crie um “ambiente institucional” favorável à retomada da estabilidade macroeconômica, quanto para sinalizar a reestruturação do SMI.
Origens e interpretação teórica da crise financeira internacional
A internacionalização do sistema financeiro alterou substancialmente a natureza e os determinantes da dinâmica econômica mundial: a conjugação da desregulamentação dos mercados financeiros e, por conseguinte, o surgimento de inovações financeiras – tais como securitizações e derivativos –, a livre mobilidade de capitais e as flexibilidades e volatilidades das taxas de câmbio e de juros têm, por um lado, limitado a ação das políticas macroeconômicas domésticas e, por outro, sido um dos responsáveis tanto pelas frequentes crises de balanço de pagamentos das economias emergentes, quanto pelas crises de liquidez e solvência, como a recente crise financeira internacional.
Este processo de globalização financeira, em que os mercados financeiros são integrados de tal forma a criar um “único” mercado mundial de dinheiro e crédito, acaba, por sua vez, diante de um quadro em que inexistem regras monetário-financeiras e cambiais estabilizantes e os instrumentos tradicionais de política macroeconômica tornam-se