A criança frente à escrita
Acreditava-se que para a criança apender a ler e escrever, a percepção tinha o papel mais importante, era suficiente. A criança, dentro desta concepção, deveria incorporar um objeto exterior – a língua escrita – fazendo uso dos órgãos da percepção, ou seja, olhos = letra, ouvidos = som. Porém, estudos recentes chegaram a conclusão de que não é bem assim, a percepção não fica restrita a um registro passivo de estímulos exteriores, ela é resultado de da reorganização do conhecimento diante de um novo estímulo, ou seja, a percepção depende de experiências anteriores. Perceber é reencontrar alguma coisa que já se teve experiência. Portanto, o processo de aprendizagem é composto de momentos de experiências, momentos de sistematização, voltados para observação, comparação, dedução, etc. Nesta fase, o papel do professor é fazer com que o aprendizado seja significativo para que a criança possa se apropriar do conhecimento. Nas atividades de sistematização, o professor deve ser rápido, explicando, informando, mostrando e corrigindo. Assim, a criança aprende a ler sozinha, sendo o professor e a escola somente facilitadores deste processo, proporcionando-lhe oportunidades e materiais que lhe dê suporte. E este suporte do professor e da escola torna-se fundamental principalmente para aquelas crianças que não tiveram experiências com ambientes facilitadores da leitura em casa ou na sociedade. É necessário que este trabalho seja realizado com todas as crianças para evitar desigualdade social.
Nem tudo que parece é
Muitos professores ainda utilizam os métodos tradicionais ao ensinar a criança a ler, porém nestes métodos a criança não está de fato aprendendo e sim somente decorando. Assim, a criança conseguirá ler os textos da cartilha, mas terá dificuldades ao fazer os exercícios de fixação, principalmente quando se tratar de separação silábica. Mas neste caso, a criança já está