A creche
Discussão do capítulo II: O universo da creche
Pontos a serem discutidos:
O ingresso da pesquisadora em um órgão público;
A creche municipal de Vila Alba
3. Aspectos do dia-a-dia
No capítulo I a autora situa o leitor sobre o seu livro, fazendo algumas considerações sobre a creche e sua trajetória social, política, histórica e ideológica sobre a família e a concepção de criança. Para tanto, cita Àries (1978), Badinter (1985), Costa (1983), Donzelot (1980), Oliver (1986) e Poster (1979) com o intuito de fundamentar suas idéias, construídas também a partir de sua experiência com as creches.
Nessas análises, conclui que “a creche passa a ser vista como um local privilegiado para compensar deficiências bio-psico-culturais apresentadas no desenvolvimento da criança” (p.28). Portanto, “[...] a creche não parece ser considerada situação “natural” e sim patológica” (PEROSA apud HADDAD, 1993, p.28).
O ingresso da pesquisadora em um órgão público
A partir de 1981 Haddad passa a ocupar o cargo de diretora de creche municipal. Nesse período, a cidade de São Paulo estava sendo equipada com creches municipais nos bairros periféricos.
A expansão da rede de creches foi influenciada por dois movimentos: Movimento de Luta por Creches; outro internamente ao órgão que questionava as práticas assistencialistas, autoritárias e paternalistas das creches.
A partir desses movimentos a creche passa a conter nos seus objetivos a proposta de envolver a comunidade e os grupos de usuários nas decisões e encaminhamentos. Esta participação era tida como meta para que a creche se transformasse num espaço social que ajudasse a impulsionar a articulação e a mobilização comunitária local.
Conservaram-se da mesma forma os programas de educação compensatória que visavam saúde e nutrição, com ênfase nos princípios higienistas e social, com marcas assistencialistas.