a construção o social da leitura Garcez
Lucília Helena do Carmo Garcez
Professora de Lingüística Aplicada / UnB
As grandes modificações pelas quais passou a sociedade brasileira nas últimas décadas exigiram que os programas de democratização da leitura também se transformassem. Foi necessário intensificar a atuação,, tornando-a mais efetiva, para fazer frente aos apelos imediatos de um mundo cada vez mais seduzido pela imagem, pela comunicação rápida, pela velocidade, e ao mesmo tempo ampliar quantitativamente os esforços para incluir parcelas cada vez maiores da população. Nesse percurso, muitas vezes descontínuo e cheio de obstáculos, aprendemos que qualquer iniciativa em direção ao estímulo à leitura deve envolver diversos agentes e diferentes segmentos sociais: famílias, escolas, professores, bibliotecários, especialistas, pesquisadores, editores, autores, meios de comunicação, instituições governamentais e nãogovernamentais. Se queremos socializar o direito à leitura, como forma de conhecimento, interpretação e compreensão do mundo e do ser humano, é imprescindível uma articulação contínua, intensa e harmoniosa entre esses atores.
Isso porque o incentivo à leitura, já sabemos há muito tempo, depende de:
1) convívio contínuo com histórias, livros e leitores, desde a primeira infância;
2) valorização social da leitura pelo grupo social a que pertence;
3) disponibilidade de acervo de qualidade e adequado aos interesses, horizontes de desejo e aos diferentes estágios de leitura dos usuários;
4) tempo para ler, sem interrupções, previsto e assegurado no planejamento escolar;
5) espaço físico agradável, confortável, estimulante e atrativo;
6) ambiente de segurança psicológica e de tolerância dos educadores em relação ao percurso individual de superação de dificuldades;
7) valorização da leitura pelo grupo;
8) oportunidades para expressar, registrar e compartilhar interpretações e emoções vividas nas experiências de leitura;
9) acesso a orientação qualificada sobre por
que