A construção da rede referencial em um texto jornalístico.
CCHLA – PPGEL
DISCIPLINA: LÍNGUA, ESTRUTURA E USO
A construção da rede referencial em um texto jornalístico.
Vanessa Fabíola Silva de Faria
Três aspectos textuais observados num texto jornalístico: a referenciação, a predicação e a verificação.
1. Introdução
Este trabalho destina-se a análise e discussão de um texto jornalístico, a saber, um artigo de opinião, publicado no jornal Folha de São Paulo, 20/03/2011, intitulado “Parceiro, não aliado”. Neste trabalho foco algumas dessas categorias, a saber: a predicação, a referenciação e a verificação. Em trabalho anterior, a análise deste mesmo texto havia sido proposta com base em duas categorias: a verificação e a referenciação, tomo parte do trabalho anterior para compor este, ora apresentado.
Trabalharei aqui a partir dos conceitos das categorias semânticas estabelecidas por Castilho (2010), bem como das considerações acerca da referenciação e da predicação estabelecidas em Neves (2006). Faz-se necessário, no entanto, esclarecer que a escolha dessas categorias não implica em desconsiderar as demais categorias expostas pelos autores. Na concepção de Castilho(2010) as línguas naturais configuram-se como um dispositivo sócio-cognitivo que integra quatro sistemas distintos, independentes e não-hierárquicos, ou seja, não há como eleger um dos sistemas (Semântica, Discurso, Léxico ou Gramática) como o eixo norteador das análises. O que o autor estabelece, então, é que “um conjunto articulado de categorias caracteriza cada um desses sistemas. Nenhum deles pode ser postulado como o centro da língua. Nenhum deles determina os outros.” (Castilho, 2010b, p.123).
Nas palavras desse autor, eleger um dos sistemas como o sistema central da língua teria sido um dos pecados cometidos tanto por formalistas quanto por funcionalistas, cujas abordagens trazem em seu bojo uma percepção linearizada da língua, contrariando o seu postulado: “Os sistemas não são lineares,