O papel da mídia no enfrentamento da violência
O papel da mídia no enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes
Edson Silva[1] Se, conforme a teoria de fundamentação do jornalismo, a notícia é a inscrição do fato na história, a notificação nas áreas da saúde e da educação cumpre o papel de um noticiário restrito, confidencial e principalmente fundador de um processo que pode coibir práticas de violência contra crianças e adolescentes. Os profissionais daquelas áreas desempenham o papel de repórteres da rede de proteção, fazendo emergir informações que ficariam apenas nos limites do diagnóstico.
O texto organiza reflexões em torno do papel da mídia no processo de construção de estratégias para o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes. A mídia aqui compreende o recorte delimitado no trabalho jornalístico. Tais reflexões surgem de momentos interativos como palestras, aulas, leituras, entrevistas. O artigo sustenta-se por um eixo de raciocínio que vai desde a conceituação de mídia até as manifestações de atores da rede de proteção, que operam no campo das políticas públicas. O tema papel da mídia sugere o exame de subeixos como: 1) a mídia enquanto instituição que significa ; 2) a representação da realidade através das narrativas jornalísticas cotidianas; e 3) a importância da informação na construção da cidadania. Além da abordagem com contribuições teóricas de alguns autores nas áreas do jornalismo, da comunicação, da análise do discurso e da semiótica, nos preocupamos em examinar manifestações midiáticas, analisando, brevemente, fragmentos de dois textos jornalísticos publicados nos jornais Folha Feirense, de Feira de Santana-BA e o Correio Brasiliense, do Distrito Federal, a título de ilustração para demonstrar como que o texto jornalístico pode pesar a favor ou contra uma determinada questão colocada em debate no âmbito da sociedade. E para finalizar, uma rápida reflexão quanto aos papéis de profissionais da saúde, da educação e da comunicação no