A construção coletiva
Em termos prospectivos, a idéia-força da construção coletiva aponta na direção da articulação entre o individual e o coletivo. Isto implica a valorização das diferenças como constitutivo do próprio coletivo, bem como a valorização da perspectiva de processo, onde nada está pronto e acabado. Por outro lado, a construção coletiva coloca em discussão a questão do poder decisório e dos diferentes níveis de organização e instâncias de competências da vida em sociedade. A realidade não existe sem o ser humano, assim como o real não é apenas o ser humano. O real é o mundo material e as relações que o ser humano estabelece na vida social, consigo mesmo, com a natureza, com os outros seres e com o transcendente.
Desse modo, pode-se afirmar que o ser humano está ao mesmo tempo na esfera da natureza e da história. Isto quer dizer que não existe uma posição determinista em relação ao ser humano. O social não é produto de seres isolados, mas os indivíduos constroem sua subjetividade no real e nele sintetiza-se todo um conjunto de relações sociais que não determinam inteiramente a subjetividade do ser humano, mas algumas de suas formas fundamentais, bem como seus limites.
Por outro lado, as relações sociais não são supra-individuais, nem tampouco se pode abstraí-las dos indivíduos concretos que as constroem. Apesar do caráter objetivo das relações sociais, o ser humano não as contraí como autômato, mas como sujeito concreto, dotado de consciência e de vontade.
É justamente por isto, que os seres humanos são capazes de transformar suas circunstâncias, ainda que a sociabilidade capitalista tenda a transformá-los em objetos pela mercantilização de suas relações. È na luta contra este processo de mercantilização que deve ser entendida a força da construção coletiva. Para isto é fundamental a perspectiva de singularidade dos seres humanos, da recusa dos esquemas conceituais rígidos, onde o ser humano é refém seja de sua objetividade ou de sua