A condição humana | Ao observarmos a história da humanidade, constatamos que as noções de feminilidade e virilidade tem fortes componentes culturais e portanto mudam de acordo com o tempo e lugar.Os animais vivem em harmonia com sua própria natureza porque os instintos animais são regidos por leis biológicas, o que torna possível prever as reações típicas de cada espécie. Os animais superiores são capazes de encontrar soluções criativas porque fazem uso da inteligência. A inteligência animal, porém, é concreta porque se acha presa à experiência vivida naquele momento. Diferentemente dos animais, cujos atos são sempre os mesmos para cada individuo da espécie à que pertencem, não mudando ao longo do tempo, nós desenvolvemos comportamentos diversificados e precisamos da educação para nos tornarmos propriamente humanos.O processo que possibilita o desenvolvimento da individualidade se encontra em intima relação com a socialização, pela qual o ser humano se apropria dos resultados da experiência histórica da sociedade em que nasceu. O ser humano é transformador da natureza, e o resultado dessa transformação e chama cultura. Os símbolos são invenções por meio das quais o ser humano lida abstratamente com o mundo circundante. A linguagem simbólica possibilita o desenvolvimento da técnica e, portanto, do trabalho, como forma sempre renovada de intervenção na natureza. A linguagem simbólica e o trabalho constituem, assim, os parâmetros mais importantes para distinguir o ser humano dos animais.O comportamento humano, cada vez mais distanciado do mundo natural, passa a ser regulado pelo mito, pela religião, pela ética, pela estética. Ao definir o trabalho humano, assinalamos um binômio inseparável: o pensar e o agir. Toda ação humana procede do pensamento e todo pensamento é construído a partir da ação. Quando a cultura sofre crises, com a ruptura de antigas certezas, o questionamento obriga as pessoas a buscarem novas representações de si mesmo. Dentre as muitas inovações