A Concepção Objetiva da Arte
Definições gerais
1. Relações entre o belo e o belo natural
Esta obra é dedicada à estética, quer dizer: à filosofia, à ciência do belo, e, mais precisamente, do belo artístico, pois dela se exclui o belo natural.
A beleza criada pela arte seria muito inferior à da natureza.
Julgamos nós poder afirmar que o belo artístico é superior ao belo natural por ser um produto do espirito.
É o belo artístico superior ao belo natural.
Tudo quanto provém do espirito é superior ao que existe na natureza.
Só o espirito é verdade.
O belo natural será assim um reflexo do espirito.
O belo produzido pelo espirito é o objeto, a criação do espirito, e toda criação do espirito é um objeto a que não se pode recusar dignidade.
2. O ponto de partida da estética
Um, o de que tal objeto existe, outro, o de saber aquilo que ele é.
Está na experiência exterior a origem dos objetos que não é preciso demonstrar, mas que basta mostrar.
Esta dúvida quanto a saber se um objeto da representação e da intuição internas existe ou não existe de um modo geral.
As diferentes concepções do belo, e as diversas categorias aplicadas ao belo, analisamos e confrontamos racionalmente com os elementos que possuímos para tentar extrair o conceito e obter uma definição do belo.
Uma ciência filosófica tem de afastar os pontos de vista e os processos adotados pelas outras ciências, e elaborar ela mesma o seu próprio conceito e justificá-lo.
Porque é impossível examinar agora este sistema e as suas relações com a arte ficamos distanciados do conceito cientifico do belo.
Temos na arte um particular modo de manifestação do espirito; dizemos que a arte é uma das formas de manifestação porque o espirito, para se realizar, pode servir-se de múltiplas formas.
Para abordarmos esta exposição, procuraremos as representações referentes ao belo que guardamos na nossa memória.
3. Objeções à ideia de uma filosofia da arte
Uma objeção proviria da infinidade do domínio do