o dualismo gotico
A natureza já não é caracterizada pela ausência de espírito, mas antes pela sua transparência espiritual, a sua capacidade para exprimir o espiritual, se bem que ainda não seja em si própria espiritualidade. Tal transformação podia somente dar-se com a mudança da concepção da própria verdade, que agora, em vez da sua primitiva unilateralidade, toma um aspecto dual; por outras palavras, só podia acontecer depois de os homens haverem chegado à conclusão de que existiam duas espécies diferentes de verdade.
A universalidade era considerada como iminente aos dados dos sentidos, sem qualquer existência objetiva. Este nominalismo moderado baseava-se numa concepção do mundo que era ainda totalmente idealista e supranaturalista, mas nem por isso menos afastada do absoluto idealismo passado, do que do ultimo nominalismo estreme, que negava qualquer espécie de existência objetiva as ideias e somente admitia acontecimentos de experiência sensorial, concretos, insusceptíveis de repetição, únicos, como a realidade ultima.
O dualismo expresso nas diversas tendências sociais, econômicas, religiosas e filosóficas da época, no antagonismo entre a economia de consumo e a economia comercial, feudalismo e burguesia, o mundo exterior e a vida interior, o realismo e o nominalismo, dominando todas as relações da arte gótica com a natureza e a intima estrutura da sua composição, também se manifesta numa polaridade de elementos de arte,, racionais e irracionais, especialmente na arquitetura.
Em nenhuma das fases de produção de uma obra