A ciência é inumana? Ensaio sobre a livre necessidade
ATLAN, Henri, A ciência é inumana? Ensaio sobre a livre necessidade; tradução de Edgard de Assis Carvalho, São Paulo: Cortez, 2004.
APRESENTAÇÃO DO AUTOR E DISCUSSÃO DA OBRA
Henri Atlan, nasceu em 1931, na Argélia, é médico e biólogo, professor em Paris e em Jerusalém, é autor de numerosos trabalhos no domínio da biologia celular, biofísica e inteligência artificial. Diretor de estudos em filosofia da biologia na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, criador de um centro de estudos em biologia humana em Jerusalém. É membro do Comité Consultivo Nacional da Ética para as Ciências Biológicas e Médicas.
No primeiro capítulo Atlan discorre sobre o ser humano e a sua livre escolha, o livre-arbítrio em conduzir a descoberta científica, descobrindo a inumanidade, sobretudo quando se passa muito tempo pesquisando as causas dos fenômenos e das determinações. Quando se fala em inumanidade busca desmistificar as diversas paixões alienantes bem como as ilusões humanas, como também as ilusões que as ciências fomentam nos pesquisadores.
E no segundo capítulo Atlan aborda a livre necessidade e a liberdade. Aborda o mundo sem consciência e o mundo consciente, onde os seres vivos diferenciam dos seres não vivos. Discute a questão da estrutura da causalidade, onde a estrutura dos organismos tem a capacidade de adaptar-se às diversas mudanças do meio ambiente em que estão inseridos, constituindo assim provas da existência das forças vitais. Nesse sentido busca a complexidade atual da especificidade do ser vivo em sua organização. Deixa claro que a vida é um conjunto de fenômenos que é capaz de utilizar-se da morte. “A vida é uma experiência indiscutível, mas apenas uma experiência”. A liberdade é uma possibilidade que o homem tem de atribuir a sim próprio o seu fim, a sua morte.
Nesse sentido, as pessoas que acumulam experiências vivenciarão o dilema até seus extremos, até as últimas consequências. Vivem em si a experiência cognitiva e