A Ciência e a condição humana
Esquecemos que temos de morrer, esquecemos a nossa culpabilidade e a nossa sujeição ao acaso. Defrontamo-nos, assim, apenas com situações concretas, que resolvemos em nosso benefício e às quais reagimos por planos e atos instigados pelos interesses da nossa existência no mundo. Às situações-limite, porém, a nossa reação é diferente: ou as ignoramos ou, se realmente as apreendemos, desesperamos e readquirimo-nos a nós próprios por uma metamorfose da nossa consciência do ser.
Podemos definir a nossa situação humana de outro modo: como ausência de garantia de tudo o que está no mundo.
A ausência de problematicidade em nós aceita o mundo como absoluto. Numa situação feliz, rejubilamos com a nossa força, acalentamos uma confiança impensada e nada conhecemos para além do nosso presente. Atingidos pela dor, pela fraqueza, pela impotência, desesperamo-nos. E se vencermos essas situações e continuarmos vivos deixamo-nos novamente embalar, alheados e esquecidos.
O Homem, porém, aprendeu muito com essas experiências. A ameaça mostrou- lhe que era urgente uma garantia. O domínio da natureza e a comunidade humana são as