condiçao humana
Os filósofos em sua abordagem sobre a condição humana, partem sempre de um principio de superioridade intelectual e diferenciação do ser humano do animal a ponto de não ser considerado como tal. Eles não se perguntam o que definem de fato o ser humano como ser de uma determinada espécie, as características intrínsecas naturais ou o padrão abrangente das mesmas, e sim partem do pressuposto que de certa forma é a própria filosofia, isto é, a capacidade de raciocinar e discernir. Dessa forma a condição humana deixa de ser inclusa no reino animal e passa a ser exterior, exclusiva, um estado alternativo de ser.
Assim sendo, a condição de ser humano estava associada intrinsecamente a faculdade do raciocínio. Na época de Monboddo, os macacos antropóides eram vistos como formas inferiores de humanos, não como espécies diferentes, pois a diferença de naturezas se devia na visão cientifica simplesmente pela ausência de um raciocínio complexo da parte dos macacos. A palavra “orangotango” significava inclusive “homem da floresta selvagem” na língua malaia, e eram considerados homens inferiores.
Monboddo acreditava que a evolução humana era independente da intervenção divina, e que ocorreu através de diversos períodos. Dessa forma, via os “orangotangos” como uma forma original da natureza humana, pois não haviam nem razão nem intelecto, e o mais importante que pra Monboddo definia os seres humanos como únicos: a linguagem. Dessa forma os orangotangos eram considerados humanos, porem não haviam dado um passo suficientemente grande em direção a “humanidade”.
Por estar em um estado original de existência, os “orangotangos” foram comparados a crianças. A tradição ocidental considera que o processo civilizatório é similar ao processo de maturação individual, dessa forma estes viam os “orangotangos” como formas inferiores de civilização, que equivaliam a uma mentalidade infantil por não terem passado pelo processo civilizatório