A ciência se inicia com problemas
Um problema significa que há algo errado ou não resolvido com os fatos.
O seu objetivo é descobrir uma ordem invisível que transforme os fatos de enigma em conhecimento (...)
Aqui somos forçados a viajar séculos para trás, para que os tempos em que nossos pais, os gregos , começaram a pensar sobre o mundo e a se fazerem as perguntas com que os cientistas lutam até hoje. Porque as perguntas que eles fizeram não admitiam uma resposta única e final. Eram como portas que, uma vez abertas, vão dar numa outra porta, muito maior, é verdade, que por sua vez dá em outra, indefinidamente. E aqui estamos nós abrindo portas com as perguntas que geraram as nossas chaves. Vamos seguir o seu pensamento.
Você já notou que a nossa experiência cotidiana, o que vemos , ouvimos, sentimos, é um fluxo permanente de impressões que não se repete nunca?”Tudo flui, nada permanece. Não se pode entrar duas vezes num mesmo rio”, dizia Heráclito de Éfeso..
A despeito disso - e aqui está algo que é muito curioso, nós somos capazes de falar sobre as coisas, de ser entendidos, de ter conhecimento.
Nunca mais haverá nuvens idênticas àquelas que produziram o temporal de ontem. A despeito disto serei capaz de identificar nuvens como nunca existiram antes e dizer que delas a chuva virá. Também nunca mais terei uma laranjeira como aquela que morreu de velhice. Mas seria capaz de identificar uma outra da mesma qualidade e de prever quanto tempo levará para começar a dar os seus frutos.
Como explicar que o meu discurso sobre as coisas não fique colado às suas aparências ? Parece que, ao falar, eu sou capaz de enunciar verdades escondidas, ausentes do visível, expressivas de uma natureza profunda das coisas. Tanto assim que, quando falo, pretendo que estou dizendo a verde não apenas sobre aquele momento transitório, mas também sobre o passado e o futuro. Laranjas são doces, a água mata a sede, as estrelas giram em torno da Terra, o quadrado da