A CIDADE DO CAPITAL
AUTORA: Raquel Rolnik
LIVRO: O que é cidade
- O ar da cidade moderna
Este texto inicia com um relato histórico do que é cidade, de como ela era no sistema feudal, com seu desenho irregular, tortuoso. Onde ela crescia espontaneamente e gradualmente, se adaptando e transformando o seu sitio natural. E como ela teve um grande papel quando ocorreu a crise no sistema feudal, e foi a partir daí que o espaço urbano se transformou.
O primeiro elemento que entra em jogo é a questão da mercantilização do espaço, ou seja, a terra urbana, que era comunalmente ocupada, passa a se uma mercadoria. Em segundo lugar, a organização da cidade passa a ser marcada pela divisão da sociedade em classes. Finalmente, um poder centralizado e despótico ali se instala; um poder de novo tipo, que interfere diretamente na condução do destino da vida cotidiana dos cidadãos.
- Separar e reinar: a questão da segregação urbana
O movimento de separação das classes sociais e funções no espaço urbano que os estudiosos da cidade chamam de segregação espacial. É como se a cidade fosse demarcada por cercas, fronteiras imaginárias, que definem o lugar de cada coisa e de cada um dos moradores. Além de um recorte de classe, raça ou faixa etária, a segregação também se expressa através da separação dos locais de trabalho em relação aos locais de moradia. Esta segregação começa a ficar mais visível à medida que começa a mercantilização da sociedade e se organiza o Estado Moderno. A noção de espaço privado e público começa a ser redefinido, onde para o burguês, o espaço público deixa de ser a rua, e passa a ser a sala de visitas, ou um salão. No qual a rua é “terra de ninguém”, perigosa, que mistura classes, sexos, idades, funções, posições na hierarquia; e a casa é território íntimo e exclusivo. Do ponto de vista político, a segregação é produto e produtora do conflito social. - Estado, cidade, cidadania
O espaço urbano como mercadoria, cujo preço urbano é estabelecido em função de