Fichamento rio cidade-capital
São dois os objetivos principais deste trabalho.
O primeiro é entender o processo de construção do rio de Janeiro como Cidade – Capital do Brasil, para o que será necessário trilhar a via por onde circulam os projetos simultâneos e interligados de formação do estado e da nação no Brasil. Imperial e republicano.
O outro é compreender porque, mais de quatro décadas depois de ter deixado de ser a capital do pais, a cidade do rio de janeiro ainda finda sua identidade política sobre a tradição de se” a síntese da nação”.
Com a transferência da sede da monarquia para o rio de janeiro em 1808, consolidou-se a ideia de construir um império na America portuguesa. Ao substituir Lisboa, à qual cabia fornecer sentido e significado as”capitanias separadas”, a cidade deveria se tornar o baluarte da construção desse império.
No pobre cenário da cidade colonial teve então lugar uma verdadeira febre de empreendimentos. Fundaram-se escolas – de medicina, de marinha, de guerra, de comercio; uma imprensa regia que sempre fora recusada a colônia ; uma livraria, que seria o núcleo da futura biblioteca nacional; o jardim botânico; a academia de belas artes, o teatro real, o banco do Brasil. Mas isso não bastava. A própria configuração urbanística da cidade precisava se adequar a essa função de cenário do poder imperial. Com a vinda dos mestres da missão artística francesa a partir de 1816, fachadas neoclássicas e arcos triunfais foram projetados para dar a cara de uma capital europeia. A este respeito cabe registrar o depoimento de jen baptist debret sobre a coroação de dom Pedro primeiro: Pintor de retrato, fui encarregado de nova tela, cujo bosquejo representava a fidelidade geral da população brasileira ao governo imperial, sentado em um trono coberto por rica tapeçaria estendida por cima de palmeiras. A composição foi submetida ao primeiro ministro, Jose Bonifacio,