A cidade antiga- Livro I
CAPÍTULO I
Desde a Antiguidade o homem já acreditava em uma segunda vida após a morte, de forma que essa segunda existência não ocorreria em um outro mundo, e sim na terra, perto dos homens. Eles acreditavam que a alma continuaria em paz através de ritos fúnebres. Para os antigos, a alma que não possuísse sepultura estava amaldiçoada e atormentaria os vivos, dessa forma após a morte fórmulas e ritos eram pronunciados, além de altares e refeições eram servidas aos mortos, com o objetivo de que a alma descansasse em paz.
A crença era tão forte que muitas vezes a pena para quem descumprisse a lei era a privação de uma sepultura, o que acabaria punindo a própria alma.
Em outras religiões também se acreditava que as almas separadas dos corpos viviam juntas, tendo cada uma as recompensas e penas que fizeram por merecer durante a vida.
CAPÍTULO II
As crenças em uma vida após a morte levaram os homens à cultuar seus entes já falecidos, que eram considerados sagrados. Para os antigos o morto equivalia a um deus, podendo assim abençoar e ajudar quem lhe oferecia alimentos. No entanto, quando a refeição fúnebre não era oferecida, o morto vagava errante pela terra, procurando punir que os havia negligenciado comida. O culto aos mortos é considerado religião mais antiga existente, tendo fim apenas com o aparecimento do Cristianismo.
CAPÍTULO III
Assim como os mortos, os antigos prestavam culto ao fogo, pois criam que o mesmo era uma entidade moral, e que alimentando-o e dando-lhe de beber ele concederia prosperidade, saúde e sabedoria. Todo lar deveria possuir um altar onde o fogo se mantivesse aceso, ele era considerado puro e casto, não podendo ser alimentado com qualquer tipo de madeira; sacrifícios lhe eram oferecidos e cultos lhe eram prestados. O fogo possuía divindade e era tido como providência da família, sendo que toda oração feita aos deuses começava e terminava com uma prece à ele.
O fogo sagrado não é igual ao fogo da natureza, pois ele possui