Resumos dos Livro I, II e III da obra "A cidade antiga"
Mesmo no fim da história grega e romana, era comum a presença de costumes antigos, os quais permitem que conheçamos a visão do homem a respeito de sua própria existência.
As antigas crenças pregavam que existia uma segunda vida. Porém, diferente das concepções pós- vida atuais, acreditava- se que a alma permanecia junto ao corpo, então preso na sepultura. Essa análise é possível uma vez que após o enterro era desejado à alma que a terra lhe fosse leve. Também, a expressão “Encerramos a alma do túmulo” encontra-se nas narrativas de Virgílio, Ovídio e Plínio, o que demonstra uma crença que perdurou desde tempos remotos. A ideia de que a alma continuava com o corpo no túmulo era tão certa que nas celebrações fúnebres era enterrado também os mais diversos itens considerados essenciais ao indivíduo, desde alimentos e bebidas até escravos e animais. Portanto, um corpo não sepultado estava condenado a vagar eternamente, pois não tinha morada.
O medo da morte era pouco relevante comparado ao medo do não cumprimento dos rituais após a morte. Tanto é que a plebe ateniense condenou seus próprios generais à morte depois que eles lançaram ao mar os corpos dos homens que foram perdidos em uma guerra, ou seja, os generais subtraíram o direito das almas de terem o repouso e felicidade eterna. Nota- se, então, a importância dos ritos fúnebres desde os antigos, os quais fizeram surgir inúmeras instituições sociais ao longo da história.
Os mortos, então, eram reverenciados pelos vivos. Era dever das pessoas cuidar das almas, que eram consideradas deuses, desde que cuidadas com o fornecimento de alimentos e bebidas, e não havia diferença ou hierarquia entre elas. No entanto, as almas não cuidadas, assim como as que não passassem pelo processo cerimonial fúnebre, vagariam entre os vivos e trariam doenças e infertilidade às terras. Essa postura era característica de inúmeros povos, tais como latinos, helenos, sabinos,