A cerca da percepção

A CERCA DA PERCEPÇÃO

Desde a Pré-História para sobreviver o homem precisou aperfeiçoar seus conhecimentos, confrontando com as forças da natureza para sobreviver e facilitar sua existência. O homem pré-histórico elaborava seu saber a partir de sua habilidade natural instintiva de sua experiência e de suas observações pessoais. É por excelência um tipo de saber espontâneo, considerado como “senso comum”, ou seja, saberes originários da percepção imediata e sumária da realidade. Quando constatou a eficácia do fogo, havia construído um novo saber. Nesse processo, para facilitar sua existência, o ser humano confrontou-se permanentemente com a necessidade de dispor do saber.
Inúmeros conhecimentos são assim adquiridos a partir da experiência pessoal. Por exemplo, uma criança que se queima ao tocar no fogo aprende que é quente. Se o toca outras vezes aprende que é sempre quente. Daí infere uma generalização: o fogo é quente, queima! É uma consequência para seus comportamentos futuros: No fogo, é melhor não tocar! Um saber desse modo construído é aceito assim que uma primeira compreensão vem à mente. É uma intuição, percepção imediata sem necessidade de intervenção do raciocínio. Como diz Juan Samaja, é o saber prévio para interpretar os fatos que se vão apresentando no fluxo da consciência. É compatível com os momentos de incerteza, indecisão, dúvida, (quase-problema) que se resolvem com simples ajustes dos pressupostos e que obrigam elaborar conjecturas ou hipóteses para determinar qual delas é pertinente. São manobras de ajustes, ou seja, conhecer o funcionamento das coisas, para melhor controla-las, e fazer melhores previsões a partir daí.
Nesse sentido, Karl Popper esclarece que um problema deve ser enfrentado com uma hipótese (ou teoria) que se estabelece mediante uma articulação, onde o raciocínio indutivo conjuga-se com o raciocínio dedutivo, unidos por esta articulação que é chamada de hipótese ou seja, o raciocínio hipotético-dedutivo que adiante será