A cabanagem em cametá
SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA
MUSEU HISTÓRICO DE CAMETÁ - RAIMUNDO PENAFORT DE SENA
A CABANAGEM E SEUS DESDOBRAMENTOS EM CAMETÁ
A Cabanagem é a Revolução popular mais importante da Amazônia e está entre os mais significativos movimentos de contestação da política Brasileira no período imperial. Explodiu depois da declaração da independência do Brasil, pela insatisfação dos povos tradicionais da Amazônia diante do despotismo do Governo Central que insistia em negar aos habitantes mais antigos da região o direito da cidadania. (Pasquale Di Paolo). As agitações chegaram ao interior onde também os nativos paraenses não mais aceitavam a presença de portugueses nos cargos da administração pública e onde negros aquilombados e demais miseráveis viam nos ideais da independência uma esperança de liberdade e melhores condições de vida. Cametá, então, tomava corpo da revolução, uma vez que, contagiados pelos ideais de liberdade, os cametaenses viveram até a hora da independência, momentos cheios de dúvidas. A chacina do Brigue Palhaço em outubro de 1823, aterrorizou os paraenses e, de Cametá partiu um grito de revolta. Ao saber da ocorrência a Junta Governativa da Província mandou para Cametá, a 30 de outubro do mesmo ano, uma barca artilheira com 30 soldados e 40 marinheiros com ordem para bombardear a Vila, provocando verdadeiro pânico e até evacuação da então Vila de Cametá. Mas os cametaenses resistiram ao ataque. Um dos grandes filhos de Cametá, D. Romualdo Coelho, com seu imenso prestígio, procurou pessoalmente apaziguar as manifestações, ganhando êxito por alguns momentos. Logo porém, com as violências de legalistas externos e locais contra os patriotas de Cametá, quando reajustada a obra de paz, deu-se o fracasso da missão pacificadora de Dom Romualdo e este protestou com alma perante o governo. O clima de insatisfação por parte dos cametaenses perdurou por vários anos até a