Especialista
SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA
MUSEU HISTÓRICO DE CAMETÁ - RAIMUNDO PENAFORT DE SENA
Evolução Histórica da Cidade de Cametá/PA.
Vila de Cametá (1784)
Segundo FAUSTO, o processo de ocupação da calha do Rio Tocantins se inicia num período bem anterior à chegada dos portugueses na região. Ainda na primeira metade do século XVI, os navegantes espanhóis Orellana e Pinzon visitaram e cartografaram a foz do referido rio sem, bem no ponto onde ele faz confluência com o rio Amazonas, sem no entanto adentrá-lo. Em 1612, o conquistador francês Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardièri, fundou a cidade de São Luís do Maranhão, estabelecendo amizade com os índios Tupinambá, no vale do rio Pará. Em guerra contra os Camarapins, os franceses subiram as águas do rio Tocantins, derrotando os índios Pacajá e Parissó – tribos que juntamente com a dos Caamutás ocupavam a região onde hoje se localiza Cametá. Ameaçados pelos portugueses, desistiram de explorar a região, sendo assim expulsos pelos luso-brasileiros da Amazônia e do litoral maranhense. Desse contato dos franceses com a tribo Caamutá surgiu importante rota de comércio entre bretões e nativos e, ainda segundo FAUSTO, muito provavelmente aqui se fundou uma importante e bem guardada feitoria francesa que, no entanto foi totalmente abandonada pelo estrangeiro quando da queda de São Luis e posterior retomada das terras da Amazônia pela Coroa Lusitana.
Logo depois da fundação das cidades de Santa Maria de Belém do Grão-Pará (Belém) e Vigia de Nazaré (Vigia), os colonizadores foram atraídos pelas riquezas - e pela posição estratégica para o controle do acesso ao território recém conquistado - da região do rio Tocantins. Nesse sentido, lutas várias foram travadas entre Portugueses, Franceses e holandeses, empenhados na conquista da “calha” amazônica. Por fim, sob o símbolo da Cruz de Cristo e pela espada, os portugueses se fixaram à margem esquerda do rio Tocantins em definitivo.