a autoridade política do Rei - histórias jurídicas
João Pedro Zanchi Gerhardt
Tanto na família, quanto no reino, o poder era exercido através de sua capacidade religiosa de manter o contato com os deuses. O homem que possuía este dom poderia então exercer o cargo de rei. Isso se dá pelo fato de que as civilizações só eram obedientes a religião, fazendo deste meio o mais adequado para se estabelecer a imposição da autoridade.
O homem era totalmente dependente da religião, estava contida em todas as situações de seu cotidiano, e pelo fato de o sacerdote ser o canudo dos deuses com a sociedade, era mantido em total respeito e soberania. Acreditavam que suas orações eram despresíveis perante os deuses sem sua presença. Seus fiéis, por ter total confiança, davam-lhe todo o poder, exerciam os sacrifícios, comandavam a guerra e administravam a justiça no reino. Suas leis viriam dos deuses, ou então eram aprovadas por eles, nas guerras, seus soldados eram protegidos por suas orações e seus sacrifícios aceitos.
Não foi, portanto, a força que constituía os chefes e reis, mas sim se ele era fundador do primeiro lar da cidade (centro religioso), sendo a continuidade do poder exercida hereditariamente.
Esta realeza semi-religiosa e semi-politica, estabeleceu-se em todas as sociedades, sem esforço por parte do rei e nem resistência por parte dos súditos. Em suas origens, não era comum encontrarmos, revoluções como nas sociedades modernas. Sua realeza estabeleceu-se naturalmente, primeiro na família, depois nas sociedades. Não fora originada pela ambição de alguns mas por uma necessidade coletiva. Os reis então, sem a necessidade de forças ou de riquezas, reinava pela crença de que tinham grande poder sobre a alma, assim, sua autoridade era santa e inabalável.
E mesmo no momento em que essa realeza fora derrubada pelas revoluções, totalmente diferente de outros reinos, a familia do rei não fora extinguida, nem expulsa do condado, e ainda continuava seu respeito por todos da sociedade. Eram muito