A arte romântica fórum de história da arte
,0 a sua finalidade e era boa essa finalidade? Onde os critérios técnicos e morais entravam em conflito, os últimos tinham precedência - como aconteceu, por exemplo, quando Platão propôs que se expurgasse Homero, não porque certos trechos não fossem poéticos, senão porque, no seu entender, os trechos mais poéticos eram os mais vigorosos e, portanto, mais perigosa era a sua influência (República, L.III, 387b). A distinção entre as qualidades estéticas e o efeito total de uma obra de arte não acudia de pronto à mente grega, se é que chagava a acudir.” “As obras de arte são consideradas artefatos fabricados com um propósito. Reputam-se bem sucedidas de acordo com a sua eficácia para o propósito que levam e com a estimação desse propósito. Essa atitude tende a obscurecer os critérios estéticos e substituí-los pela eficiência técnica de um lado e, de outro, pela apreciação moral ou social dos efeitos. Opõe-se à crença moderna nos padrões estéticos independentes ou ‘autônomos’, pelos quais se devem avaliar as obras de arte”. “Sustentou-se, por esse motivos, que os gregos não tinham uma palavra para significar ‘arte’ ou ‘artista’ em nosso sentido o que lhes faltava o conceito dela. Antes da era da produção pela máquina, manufatura era sinônimo de indústria de oficina. Considerava-se o artista um manufator entre os demais, num tempo em que se conferia alto prêmio à habilidade do trabalhador. Este era comumente designado pelo nome de oficial (technites) ou artíficie (demiourgos). Assim, Platão se refere ao escultor Fídias como a um ‘artifice’ no pináculo da sua profissão e, portanto, autoridade no que é correto e apropriado na feitura de uma escultura dos deuses (Hippias Majos, 290b). Não se reconhecia diferença alguma de