As Questões Psicológicas por trás da Alimentação: Anorexia
Há uma relação direta na forma como nos alimentamos e nossos estados emocionais. O excesso na comida deixou de ser visto apenas como o pecado capital da gula e passou a ser considerado, na maioria dos casos, como problema psicológico. Submetidos a intensas pressões, tanto externas quanto internas, vivemos um grau excessivo de angústias, ansiedades e depressões. E um dos mecanismos que aprendemos a adotar para aplacar esses sentimentos é recorrer à comida. Dessa forma, os sentimentos influem decisivamente na forma como nos alimentamos. Por que buscamos na comida auxílio para nossas dores emocionais? Aprendemos isso desde a infância. O recém-nascido experimenta um imenso prazer ao ser amamentado. E esse prazer é duplo: sacia a fome e oferece aconchego corporal. Esses dois prazeres acalmam a criança. Tanto que é comum a mãe dar peito ao neném apenas para acalmá-lo. Aí está a vinculação primária entre comida e afeto. Esse vínculo, às vezes permanece durante a vida e o alimento passa a ser uma forma de acalmar a ansiedade, a angústia e a depressão, sentimentos que demonstram a ausência de afeto e de prazer. Essa ligação entre comida e fuga da dor é reforçada mais tarde por nós mesmos e por outras pessoas. Quantas vezes as mães oferecem comida aos filhos mesmo maiores quando eles estão tristes. Em situações limites, como por exemplo, na morte de alguém, é comum a preocupação de que a pessoa que sofreu a perda se alimente. Em um velório recente da mãe de uma amiga minha, observei que várias pessoas falavam insistentemente que ela precisava comer alguma coisa. O hábito de aplacar as dores emocionais com a comida existe também na relação com as drogas, com o sono, com o sexo, ou com qualquer coisa prazerosa. Entre todos os prazeres, porém a comida é o mais fácil de se obter e o menos condenado socialmente. Daí o crescimento mundial na compulsão para a comida.
Nem todo alimento é considerado comida. O alimento é toda