Cap 5
Design e nacionalismo
A Europa de 1900 a 1914 era cheia em contradições, por um lado estava no seu auge a vivência burguesa do luxo, da cultura de elite e das boas maneiras, e dos nem sempre tão bons costumes subentendidos no termo Belle Époque. Além das questões de classe, as mulheres também exigiam igualdade na política, apesar do direito de voto só ter sido conquistado em 1918. As contradições eram tantas que acabaram não encontrando solução, o próprio centro do sistema caiu para uma grande guerra, que a partir de sua visão, se configurava como mundial.
Ao longo do século 19, tornou-se firme grande parte das nações modernas que ainda hoje exercem a parte mais visível do poder politico direto, através das instituições que compõem o Estado. Durante essa trajetória, o nacionalismo foi passando por mudanças interessantes, e foi perdendo aos poucos a sua função e foi concentrando toda a sua autoridade no poder do Estado, o qual, mesmo sem ser equivalente à Nação, passou a fazer a vez desta nas relações tanto com o próprio povo quanto com os outros estados nacionais. É nesse contexto de tais relações que o nacionalismo tem exercido um papel importantíssimo na evolução da história do design.
Em 1845 foi criado na Suécia a Svenska Slojdforeningen, um fórum para a proteção das artes e dos ofícios que serviu de modelos para as organizações parecidas em outros países durante toda a segunda metade do século 19. E diferentemente, a Union Centrale des Arts Décoratifs, foi organizada na França em 1864 como uma associação de fabricantes interessados em aperfeiçoar a aplicação da arte industrial, de modo geral essas organizações receberam pouco ou nenhum benefícios direto dos governos nacionais.
Com a consolidação dos estados nacionais e do imperialismo europeu nas ultimas décadas do século 19, a economia mundial começou a adquirir duas feições modernas, demonstrando uma globalização inicial do comércio