A Análise Institucional e a Profissionalização do Psicólogo
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A Análise Institucional e a Profissionalização do Psicólogo O trabalho que apresentamos visa analisar e a refletir acerca do tema da Análise Institucional. As autoras deste texto o iniciam sinalizando que o termo instituição está cada vez mais presente no jargão do psicólogo, devido inicialmente à influência dos autores argentinos Bleger, Malffe e Ulloa e posteriormente a dos franceses Lourau e Lapassade. Ao nos limitarmos ao discurso universitário, talvez possamos comparar a inserção do termo instituição à penetração que a palavra estrutura teve nas décadas de 60-70, ou seja, inferimos que este resvala em uma inocuidade de “palavra-cacoete”, “que não acrescenta absolutamente nada àquilo que temos em mente quando o usamos, exceto um estímulo agradável.” Contudo, o objetivo deste artigo não é assinalar o modismo do termo e tentar combatê-lo conceitualmente, e sim o de explicitar os discursos e o contexto em que este surge, situando este historicamente com o modo como foi sendo produzido e remetido a diferentes práticas. Percebemos facilmente como o termo instituição está na moda e nela nos reconhecemos. Temos a instituição família, a instituição trabalho, instituição escola, instituição SPA, entre tantas outras. A permanência da dialética entre o instituinte e o instituído nos leva a pensar na multiplicidade de sentidos que pode ter tal termo, e cabe diferenciar o encantamento com o novo (conceito-descoberta) e a mera infusão de um novo jargão de um discurso-ostentação, posto a serviço de delimitar um grupo, tal como uma senha para entrar em um clube restrito. Isso nos leva a pensar nas seguintes questões: que relações existem entre tais usos do termo e as práticas concretas dos agentes? O que significa estar em instituição? Será que é a instituição que demanda e é a ela que atendemos? Sujeitos são opostos à instituição? E o psicólogo, profissional que capta as relações de poder, que o denuncia, aponta tais questões?